
Sobre a lentidão (em 15 minutos)
O tempo não estica, o tempo não volta atrás, o tempo não pára. Mas corre. O tempo corre e nós corremos contra o tempo. Vivemos a tempo e a contratmepo. Os minutos passam e só damos por eles quando já lá não estão ou foram substituídos por outros. Se o tempo falasse, certamente teria conselhos sábios. "Tens tempo", "dá tempo ao tempo", ou "melhores tempos virão". E nós vivemos desgastados pelo tempo que escorre pelas nossas mãos e que é mal aproveitado. Mas esta crónica não é sobre o tempo. É sobre a lentidão. Se pudéssemos viver em câmara lenta, o tempo deixava de ser uma limitação. Atentaríamos mais aos pormenores, pensaríamos mais antes de cada decisão, aperfeiçoaríamos cada movimento e saborearíamos mais cada segundo, ou não. A lentidão apura os sentidos mas pode atrasar as sensações. A lentidão mostra-nos, passo a passo, o caminho que percorremos. Mas se houvesse uma competição entre a lentidão e o tempo, em quem é que apostávamos? Na urgência ou na paciência? "Já não era sem tempo", ou "o tempo que for preciso"? A resposta é até bastante simples e directa, mas já não tenho tempo para a escrever. Fui demasiado lenta.
imagem:
http://www.1001risas.com/humor/fotos/11534/en_camara_lenta.html
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